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sexta-feira, 30 de março de 2012

Diagnóstico e Intervenção da Enfermagem



Em muitos contextos de prática, os profissionais de enfermagem encontram pacientes com função neurológica alterada. Precisam ser hábeis na avaliação do Sistema Neurológico, seja avaliação generalizada ou dirigida a áreas funcionais específicas. 
Em qualquer desses casos, a avaliação exige um conhecimento da anatomia e da fisiologia do sistema nervoso e uma compreensão da gama de testes e procedimento usados no diagnóstico dos transtornos neurológicos. Com base nos dados do histórico, os principais diagnóstico de enfermagem do paciente com traumatismo craniano podem incluir os seguintes:

  • Risco de infecção, relacionado a trauma e procedimentos invasivos.

Intervenção- fornecer cuidado asséptico, manter uma boa técnica de lavagem das mãos; observar áreas de integridade da pele comprometida como feridas, linhas de sutura, sitio de inserção de acesso venoso), observando características de drenagem e presença de inflamação; manter higiene geral.

  • Perfusão tissular cerebral prejudicada, relacionada a trauma encefálico.

Intervenção- determinar fatores relacionados à situação da pessoa, causa do coma/ perfusão cerebral reduzida e potencial para aumento da PIC; elevar a cabeceira 30º; avaliar a gasometria, quando a saturação for menor que 85%; monitorar/registrar o estado neurológico frequentemente e comprar os dados basais,  por exemplo, escala de coma de Glasgow; monitorar os sinais vitais.

  • Processos familiares disfuncionais, relacionado a ausência de responsividade do paciente.

Intervenção- manter a família informada do estado do paciente e encorajar a família a continuar estabelecendo objetivos de curto prazo e bem definidos

  • Risco de sangramento, relacionado ao trauma.


Intervenção- observar a integridade do curativo, se houver; observar focos de sangramento, observa a PA.

  • Troca de gases prejudicada, caracterizada por desequilíbrio na ventilação-perfusão, relacionada a hipóxia e hipoxemia.

Intervenção-manter ventilação controlada; observar os alarmes; monitorizar respiração; ausculta de sons respiratórios.


Referências:
Diagnóstico de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009-2011/Nanda Internacional; tradução Regina Machado Garcez-Porto Alegre: Artmed, 2010. 456 p.

ABCDE do Trauma

A B C D E   DO TRAUMA:


A-  ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL E DA VIA AÉREA:
O movimento excessivo pode tanto causar, quanto agravar lesões neurológicas.
As vias aéreas devem ser rapidamente verificadas para assegurar que estão abertas e limpas.

B- MANUTENÇÃO DE UMA VIA AÉREA ADEQUADA:
Uma vez que a via aérea  estiver pérvia,  a qualidade e quantidade de ventilação do paciente devem ser avaliadas, mantendo-se uma administração  de oxigênio eficaz aos pulmões.

C- ESTABILIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO E SANGRAMENTO:
O controle da hemorragia é uma prioridade. Em casos de hemorragia externa, aplicação de pressão direta no local da hemorragia. Muitas causas de hemorragias são de difícil controle fora do hospital.O tratamento pré- hospitalar consiste e um serviço médico equipado para o controle cirúrgico da hemorragia.

D- DEFICT NEUROLÓGICO:
A escala de coma de Glasgow é uma ferramenta utilizada para determinar o nível de consciência de forma simples e rápida da função cerebral.

E- EXPOSIÇÃO E EXAME FÍSICO:
A etapa inicial no processo de avaliação é tirar as roupas do paciente porque sua exposição é fundamental para encontrar todas as lesões. Baseia-se em uma etapa extensa, onde se avalia o paciente como um todo, realizando o exame céfalo-caudal.


Referências:
SCOTT B. FRAME (Estados Unidos da América) (Ed.). PHTLS: Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado. 5. ed. New Orleans: Elsevier, 2003. 451 p.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Por Dentro do Traumatismo Cranioencefálico

Uma das maiores causa de Traumatismo Cranioencefálico envolve acidentes automobilísticos, mas a causa não é somente essa. O trauma se configura pela colisão do crânio com algum objeto, onde há uma transferência de energia da vítima para com o objeto causador da colisão. 
Trauma Perfuro-Cortante
Sendo assim, uma acidente doméstico como queda de uma escada, acidente de motocicleta, atropelamentos, acidente com armas de fogo ou armas brancas podem causar um trauma. 
Acidente envolvendo carro e moto.

No Brasil  e na quase totalidade dos outros países, o trauma é a principal causa de morte do individuo jovem. Cerca de 100 mil brasileiros morrem por ano em consequência de acidentes, e estima-se de quatro a cinco vítimas com sequelas permanentes para cada óbito. 

Define-se o trauma como: 
O traumatismo craniano é um processo patológico que envolve couro cabeludo, crânio e meninges ou cérebro, em virtude de força mecânica (COLLET; OLIVEIRA, 2002).

A lesão no cérebro pode ser de origem:

Primária: São aquelas que ocorrem no momento do trauma, associadas com lesões vasculares representando por danos graves às células nervosas, ocorre em virtude de trauma direto ao parênquima encefálico.

Secundária: Ocorre em virtude da lesão primária, com efeitos sistêmicos ocasionando hipóxia, hipo/hipercapnia, hipotensão arterial e choque, hiper/hipoglicemia e alterações intracranianas envolvendo crise convulsiva e edema cerebral. 

Fisiopatologia do traumatismo.

Os sinais e sintomas, fora aqueles da lesão local, dependem da gravidade e da distribuição da lesão cerebral. Entre os sinais e sintomas mais comuns pode-se perceber:
  • Dor aguda no ponto lesionado;
  • Hemorragias nos ouvidos, narinas, boca ou olhos e ferimentos na cabeça;
  • Deformidade do crânio;
  • Desorientação ou confusão;
  • Inconsciência ou coma;
  • Extravasamento de LCR;
  • Pupilas desiguais ou não fotorreagentes;
  • Alterações respiratórias e circulatórias. 


A avaliação e o diagnóstico da extensão da lesão são realizados pelos exames físicos e neurológicos iniciais. Em qualquer paciente com uma lesão cranioencefálica, presume-se que haja uma lesão da coluna cervical até que seja feito o descarte após o diagnóstico. 

O tratamento consiste em:
  • Otimizar oferta de oxigênio;
  • Manter vias aéreas pérvias;
  • Monitorar a PIC (pressão intracraniana);
  • Controlar pressão arterial
Na terapia medicamentosa, faz-se uso de Manitol, que é uma solução cristalóide hipertônica com efeito osmótico, que retira água do interstício diminuindo o edema cerebral que se forma com o acúmulo de liquido no parênquima cerebral.
É imprescindível que o paciente esteja sedado, para evitar um estado agitado, que pode ocasionar episódios de convulsão lesando ainda mais o cérebro. 



Referências:
COLLET, Neuza; OLIVEIRA, Beatriz Rosana G. de. Manual de enfermagem em pediatria. Goiania: Ab, 2002.  p. 222-223.

SMELTZER, Suzanne C.et. Al.. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. p.1892- 1907