ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM FACE AO PROCESSO
DE PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
Geizy Machado
É
de suma importância discutir o papel e/ou função dos profissionais da área de enfermagem
diante das condições de trabalho oferecidas ou impostas a essa categoria, pois
se trata de servidores que se dedicam, se doam a cuidar de pacientes e na
maioria das vezes não são reconhecidos pelas atividades que desenvolvem.
Ao
longo da história da saúde pública no Brasil a enfermagem enfrenta diversas
situações-problemas que dificultam a prestação de serviços e o atendimento aos
pacientes. Na atualidade os problemas têm se ampliado cada vez mais trazendo
prejuízos tanto para os enfermeiros que sofrem diversas consequências em sua
atuação, quanto à população que poderia ter um atendimento melhor e mais digno.
É
possível listar várias circunstâncias que desencadeiam problemas na atuação das
equipes de enfermagem e que resultam na precarização do trabalho: a falta de
infraestrutura, medicamentos, equipamentos e recursos humanos nos hospitais têm
sido indicadores agravantes que interferem na prática profissional dos
enfermeiros.
Não
se pode deixar de mencionar que o processo de precarização do trabalho em
relação à atuação da enfermagem encontra-se atrelado a grande demanda de
pacientes para a quantidade insuficiente de enfermeiros que os hospitais,
postos ou centros de saúde pública possuem.
Além
da carga horária excessiva e exaustiva de trabalho, muitos enfermeiros cumprem
plantões em mais de uma unidade de saúde para “garantir um salário melhor”, pois
o sistema de saúde vigente no país – SUS, gerenciado pelo do governo não
oferece salários dignos que possam garantir uma jornada de trabalho menor e
rentabilidade suficiente para que esses profissionais tenham saldo de tempo
para se dedicar a capacitações (cursos e estudos) entre outras atividades que
possam dar-lhes condições de desempenhar um serviço melhor e com mais
segurança.
Contudo,
os enfermeiros ainda sofrem um desgaste emocional mediante aos esforços, o cansaço
físico e o estresse em ter que lidar com os variados de tipos de atendimentos e
de pacientes. A cada procedimento há uma orientação diferenciada e tudo isso
demanda um postura profissional repleta de atenção, compromisso e ética e para
atuarem dessa forma o profissional acaba anulando suas inquietações, suas
angústias em relação ao baixo salário e ao cenário de insuficiências de
recursos em que estão inseridos para satisfazer as necessidades dos pacientes.
Diante
das abordagens acima citadas, faz-se necessário que a área de enfermagem seja
reconhecida devido a sua importância para a prevenção e manutenção da saúde
pública, a partir de políticas que contemplem melhores condições para atuação
desses servidores.
As principais
medidas para minimizar a precarização da atuação dos enfermeiros são:
1. A
criação do plano de carreira que garanta a esses servidores salários adequados;
2. A redução da jornada de trabalho;
3. A
contratação de mais profissionais para tentar garantir um melhor atendimento
aos pacientes e menos excesso de trabalho a equipe de enfermagem;
4. Oferecer
equipamentos de segurança, cursos e treinamentos para reduzir os acidentes de
trabalho em que estão expostos esses profissionais;
5. Equipar
as unidades de saúde de recursos materiais e humanos para que as atividades de
enfermagem possa se desenvolver e coadunar em eficiência, satisfação e
qualidade de vida e serviço para profissionais e pacientes.
Sabe-se que há inúmeras
situações que dificultam a atuação da enfermagem e, por conseguinte acarreta
problemas no gerenciamento dos serviços de saúde pública no país. Sabe-se
também que várias ações poderão ser adotadas para diminuir os problemas
circunstanciais que ocasionam a precarização do trabalho dos enfermeiros e que
impedem melhores atendimentos, entretanto não é tão evidente que essas ações
aconteçam em curto prazo, ou seja, imediato.
Sendo assim, é
imprescindível que discussões como essas em torno da temática central desse
texto sejam frequentes para que o sistema de enfermagem um dia possa contar com
condições dignas de trabalho e, sobretudo para que essa profissão possa ser
valorizada em suas múltiplas ações e funções, afinal exercer essa profissão é
assumir um sacerdócio em cuidar de vidas.
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